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jigajoga

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07
Fev22

Dois anos de pandemia. O que vejo à minha volta?

Alface do Campo

Em breve terão passado dois anos desde o início dos confinamentos e das restrições. Uma parte de cada um de nós está farta, mas a outra parte  já integrou no seu quotidiano e habituou-se. É bem verdade que nos habituamos a tudo.

Não posso generalizar, só posso falar do que vou vendo no meu cantinho do mundo. A maioria das pessoas é responsável e cuidadosa. Continuam a usar máscara em ambiente fechado e na rua se houver muita gente. Sim, usar máscara é um acto de cortesia, de preocupação pelo outro. Tenho pena daqueles que estão tão autocentrados que são incapazes desse simples gesto, convencidos de que mais importante do que a preocupação com o seu semelhante é a sua liberdade, esquecidos de que esta tem como limite a liberdade do outro.

As pessoas respeitam o distanciamento - embora lhes custe - e inventaram maneiras criativas de se cumprimentar. Porque se preocupam. Porque querem que isto acabe, estão quase todas a dar o seu melhor. Quando me cruzo com os vizinhos e vamos de máscara, sorrimos com olhos, e cumprimentamo-nos: “Cá vamos andando, não é? Tomara já que isto passe...!”, “Veja lá que já estou tão habituada à máscara que às vezes até me esqueço de a tirar!”

Os miúdos na escola têm sido impecáveis, embora para eles isto seja ainda mais difícil. Dão a volta por cima, testam-se antes de se juntarem, se alguém testa positivo fica em casa e participa na festa ou no passeio pelo telemóvel.

Claro que isto é no meu cantinho do mundo. Se calhar, em ambientes urbanos é diferente. Mas a minha filha que vai para Lisboa com frequência, e em transportes públicos, faz relatos parecidos. Há uma boa dose de conforto em perceber que as pessoas, na sua maioria, estão a ser civilizadas e sensatas.

Sim, tenho mesmo pena das pessoas (poucas, é verdade, mas muito barulhentas) que se acham tão especiais que nada disto se lhes aplica. Não querem usar máscara porque “liberdade”. Não se vacinam porque “big pharma”. Não respeitam distanciamento porque “não me prives do teu abraço“. E, sobretudo, não querem qualquer restrição porque a “sua” liberdade é tão pessoal e intransmissível que se borrifa para os outros e se lhes pedem que se testem, aqui d’el-rei que é outro Holocausto (que falta de respeito e de noção, senhores!). Escolheram viver num mundo infestado de dragões e ainda não perceberam que os dragões são elas.

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