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José Cardoso Pires, via
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José Cardoso Pires, via
Caiu-me na caixinha das notícias e é uma obra de arte.
Não nos precatemos, continuemos a assobiar para o lado, a dizer "ai, que é liberdade de expressão, e tal",
Quando se viveu sempre com privilégio, a igualdade sabe a perseguição: coitado do MST!
Talvez o maior "pecado" deste governo seja ter deixado as pessoas que não são indefectíveis de um partido e pensam pouco e superficialmente a odiar cegamente tudo o que este governo faz, só porque vem daquele lado.
É assim que se chega a ter pessoas que talvez sejam genuinamente boas pessoas a aplaudir demonstrações da mais acéfala falta de empatia, do mais baixo nível, da total ausência de decência e humanidade como Este lamentável naco de prosa
Gostei e tenciono reler. Deixou-me a pensar, que é o que se espera de um bom artigo.
Bom post, discussão acesa e aquela estranheza: por que motivo tanta gente sente necessidade de insultar uma adolescente que não se limita a ficar agarrada ao ecrã?
É difícil ser adolescente neste mundo: se ficam quietos, é porque são uns verbos de encher, uns tiranos a viver à custa dos pais. Se protestam e se envolvem, é porque estão a ser instrumentalizados. Se se dedicam ao estudo, aqui d'el rei que são uns marrões. Se se juntam com os amigos e vão a um concerto, a um bar, ai que são uns alcoólicos, quiçá drogados e irresponsáveis. Credo, que está difícil!
Como é que se pode ter uma discussão civilizada com pessoas que elaboram parágrafos inteiros - e sentenciosos - baseados em premissas erradas? E que o fazem sabendo disso, mas que se lixe porque algum pato há-de cair e os outros já são meio-convertidos e com estes parágrafozinhos ficam fiéis de vez! A maior parte do que se afirma no excerto acima (tirado de um blogue, mas não vou pessoalizar a coisa, é uma prática muito espalhada) é uma opinião, discutível como qualquer opinião, mas é apresentado como se fosse uma verdade daquelas que entram pelos olhos dentro. Lida com olhos e atenção, desmonta-se*.
Os impostos progressivos, repare-se, são provocados pelo «ódio à beleza e à riqueza». Redistribuição? Bem comum? Ná, é mesmo ódio à beleza e à riqueza! Óbalhanosdeuze, que bem precisamos, porque não há paciência que valha...
*É até um bom trabalho para pôr os meus alunos a pensar e a escrever (Ora aqui está um pequeno texto. Vamos ler e depois o grupo 1 faz a defesa e o grupo 2 faz a crítica).
Isto de viver no campo tem os seus quês. O principal é que nada - das benesses da vida urbana, bem entendido - está ali à mão. Cafés, jornais, as compras do mês, tudo implica entrar no carro e conduzir pelo menos meia-dúzia de quilómetros. Por isso, faço sempre uma lista (depois, às vezes esqueço-me dela em casa...) das coisas de que preciso para rentabilizar ao máximo as saídas.
Como entre as raras vezes que ligo a televisão, o rádio do automóvel e a internet, vou estando mais ou menos a par das notícias, é raro comprar o jornal. Mas costumo comprar o Público às quartas, sextas e sábados, porque traz coisas que me interessam.
Hoje, está fraquito. Metade é sobre a greve dos motoristas de matérias perigosas, e nem sei se vou ler, porque são momento surreais em que toda a gente, ou quase, parece ter enlouquecido. Bom editorial de Ana Sá Lopes, mas é só. No entanto, traz a crónica de Rui Tavares na contracapa, e esta crónica é o principal motivo que me leva a gastar 1,30 € nas maior parte das quartas feiras. A de hoje é boa e quase vale o preço do jornal só por si.
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